Água estagnada – quem precisa dela? Cheira mal e é desagradável em lagoas de água doce, mas dentro do seu trocador de calor é potencialmente letal!
O problema é que esse ‘assassino silencioso’ faz o pior sem ninguém ver. Então, a menos que você esteja ciente do perigo e tome as medidas adequadas, talvez nem perceba que há um problema – até que seja tarde demais!
No entanto, existem algumas etapas simples que você pode seguir para proteger seu trocador de calor; mas primeiro, vamos analisar a causa do problema.
A liga de cobre-níquel (também chamada de ‘cuproníquel’) é um dos principais materiais usados para o conjunto (ou feixe) de tubos em um trocador de calor de cascos e tubos. É extremamente popular para aplicações de refrigeração marítima, pois oferece excelente resistência a meios de refrigeração corrosivos, como a água do mar, o que é conseguido pela formulação de uma ‘fina’ película protetora sobre a superfície do metal. Essa película começa a se desenvolver durante os primeiros dias de contato com a ‘água do mar oxigenada limpa’, embora demore mais três meses para que ela se desenvolva completamente. Então é extremamente importante que os tubos de cobre-níquel sejam expostos apenas à água do mar oxigenada limpa durante esse período, para garantir a máxima resistência à corrosão.
Podem ocorrer problemas, se um sistema de refrigeração for submetido a comissionamento e for deixado por períodos de tempo com os trocadores de calor não drenados, pois isso leva a que a água do mar oxigenada ‘estagne’ dentro dos tubos, criando condições ideais para a formação de bactérias nocivas.
Em muitos portos e estuários, as bactérias anaeróbicas prosperam na água do mar e nesse ambiente de alta demanda de oxigênio, os íons de sulfeto, produzidos pelas bactérias geradoras de sulfeto, estão em abundância. Isso pode ser uma má notícia para a liga de cobre-níquel instalada recentemente, pois, a menos que o metal tenha passado por um processo de ‘condicionamento’ completo, usando água oxigenada limpa, é altamente provável que a película protetora interna de óxido dos tubos seja muito mais fraca, por ter sido produzida na presença de contaminação por sulfetos e, portanto, suscetível de criar as condições para corrosão acelerada.
No entanto, é relativamente simples criar um regime de monitoramento e manutenção para um novo trocador de calor durante os primeiros três meses críticos do comissionamento de um sistema de refrigeração e, desde que essas etapas sejam seguidas, o trocador de calor deve operar com a eficiência ideal em relação à sua expectativa de vida normal:
1: Certifique-se de que apenas ‘água do mar oxigenada limpa’ é usada para refrigeração durante os três meses iniciais de operação, para permitir que toda a camada de ‘película’ protetora seja acumulada nas superfícies internas do tubo.
2: Drene sempre o circuito de refrigeração da água do mar, se o barco precisar de estar parado por períodos prolongados.
3: Após a drenagem do circuito de água do mar, remova o trocador de calor* e lave com água do mar oxigenada limpa ou água doce – dependendo do que estiver prontamente disponível.
4: Seque cuidadosamente o trocador de calor antes de recolocá-lo* no circuito de refrigeração.
*Se as tampas de fechamento tiverem sido removidas, volte a montar sempre usando novos anéis de vedação.
Embora os pontos acima mencionados sejam considerados ‘melhores práticas’ para garantir uma operação longa e confiável do trocador de calor, há certas circunstâncias em que a água estagnada não pode ser evitada. Nessas aplicações, a Bowman recomenda alterar o material do conjunto de tubos para titânio, que é um material ainda mais durável, oferecendo níveis mais altos de resistência à corrosão com uma garantia de 10 anos.